O futuro de Tuvalu está desaparecendo no oceano. Esta nação do Pacífico, composta por nove atóis de coral e pouco mais de 11.000 pessoas, está situada, em média, a dois metros acima do nível do mar. Há anos, cientistas alertam que a elevação dos oceanos acabará por engolir grandes partes do país. Agora, essa ameaça não é mais teórica.
Duas de suas ilhas já foram quase totalmente tomadas pelas ondas. De acordo com a Equipe de Mudanças do Nível do Mar da NASA, os níveis de água em torno de Tuvalu subiram 15 centímetros entre 1993 e 2023. Se esse ritmo se mantiver, grande parte de suas terras e infraestrutura poderá desaparecer até 2050. No pior cenário, o dobro dessa elevação deixaria 90% da ilha principal de Funafuti submersa.
Até 2050, as marés diárias poderão submergir metade de Funafuti, onde vivem 60% dos tuvaluanos, forçando os residentes a se agarrarem a uma faixa de terra às vezes com apenas 20 metros de largura.
A União Falepili: Uma tábua de salvação e uma estratégia
Em 2023, Tuvalu e Austrália assinaram o tratado União Falepili, o primeiro acordo desse tipo no mundo. Ele oferece a 280 cidadãos de Tuvalu a cada ano a chance de se estabelecerem permanentemente na Austrália, com acesso total a moradia, assistência médica, educação e empregos.
"A Austrália reconhece o impacto devastador que as mudanças climáticas estão tendo nos meios de subsistência, na segurança e no bem-estar de países e pessoas vulneráveis ao clima, particularmente na região do Pacífico", disse o departamento de relações exteriores da Austrália no mês passado.
O tratado também compromete a Austrália a defender Tuvalu contra desastres naturais, emergências de saúde e "agressão militar".
Num movimento histórico, a nação insular do Pacífico de Tuvalu está se preparando para se tornar o primeiro país do mundo a realocar toda a sua população devido às mudanças climáticas. Os cientistas alertam que o país, composto por nove ilhas de coral de baixa altitude, pode se tornar completamente inabitável nas próximas décadas. A vulnerabilidade de Tuvalu às mudanças climáticas é alarmante.
Em resposta à ameaça iminente, a Austrália e Tuvalu assinaram o Tratado da União Falepili em 2023, um acordo de migração climática que oferecerá uma tábua de salvação aos cidadãos de Tuvalu. Nos termos do tratado, 280 tuvaluanos por ano receberão residência permanente na Austrália, dando-lhes acesso a cuidados de saúde, educação, habitação e oportunidades de emprego. O tratado representa um pacto internacional inédito focado especificamente na migração climática.