Quase duas décadas após o lançamento de 'Extermínio' (2002), que surgiu em um mundo pós-11 de setembro e em meio à ascensão da globalização, 'Extermínio: A Evolução' chega aos cinemas em um cenário global marcado pela pandemia, pelo Brexit e por diversas ameaças ambientais e militares. Dirigido por Danny Boyle e escrito por Alex Garland, o filme abandona a alegoria distópica do original para oferecer uma reflexão direta sobre o Ocidente no século XXI.
Uma Visão Inquieta do Apocalipse
A precisão do roteiro de Garland encontra na direção de Boyle um equilíbrio surpreendente, transformando o apocalipse em um horror rock’n’roll filtrado por imagens digitais brutais. O filme não apenas explora a sobrevivência em um mundo infestado por zumbis velozes, mas também se aprofunda nas cobranças impostas aos jovens em um cenário pós-apocalíptico.
A Masculinidade Tóxica em Ruínas
'Extermínio: A Evolução' leva a masculinidade tóxica ao fim do mundo, com a história de um pai que insiste em expor seu filho pré-adolescente aos horrores de um Reino Unido devastado. O filme questiona o ideal de masculinidade imposto aos jovens, mostrando que, mesmo em meio ao caos, a busca por aprovação paterna e a pressão para corresponder a expectativas podem ser tão perigosas quanto os próprios zumbis.
- O filme explora a dinâmica familiar em um contexto de crise.
- Aborda temas como violência, sobrevivência e a busca por um futuro em um mundo em ruínas.
- Apresenta uma visão crítica sobre a masculinidade tóxica e seus efeitos na sociedade.
Um Poema Visceral Sobre Violência
O filme incorpora o poema 'Boots' de Rudyard Kipling, que retrata a guerra como um ciclo interminável de violência. Essa escolha reforça a mensagem de que, mesmo após o apocalipse, a natureza humana e a busca incessante por conflitos persistem. A franquia 'Extermínio', com este novo capítulo, parece ter como objetivo explorar como a violência se manifesta e evolui ao longo do tempo.