O Ibovespa registrou a maior queda em mais de um mês, refletindo o crescente temor fiscal no mercado brasileiro. O índice fechou em baixa de 1,57%, atingindo 141.356,43 pontos, o pior desempenho desde 19 de agosto. O índice de small caps (SMLL) também sofreu, com uma queda de 2,35%, indicando um pessimismo generalizado.
O Que Está Acontecendo?
A principal causa da turbulência é a preocupação com as finanças públicas. A proposta de tarifa zero no transporte público, defendida pelo governo como parte da campanha de reeleição do presidente Lula em 2026, gerou apreensão. O mercado teme que a medida, com um custo estimado de R$ 100 bilhões por ano, agrave a já delicada situação fiscal do país.
Impacto no Câmbio e Juros
O cenário de incerteza também impactou o câmbio e os juros. O real se desvalorizou, com o dólar comercial subindo 0,75% para R$ 5,351. Os DIs (juros futuros) apresentaram alta em toda a curva, reforçando a percepção de um ambiente desfavorável para o mercado nacional.
MP 1303 e o Fantasma Fiscal
Outro fator que contribuiu para o clima de aversão ao risco foi a incerteza em torno da Medida Provisória (MP) 1303. A MP, que visa compensar a não elevação do IOF, deveria ser vista como um sinal de compromisso do governo com as contas públicas. No entanto, a nova versão do parecer, que retira o aumento de alíquota sobre empresas de apostas online e mantém as isenções sobre LCIs e LCAs, reduziu a estimativa de arrecadação, reacendendo o medo do descontrole fiscal.
A reação negativa foi imediata, com 74 das 82 ações do Ibovespa fechando em queda. O adiamento da votação da MP, a pedido do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, também gerou desconfiança.
Em resumo, o Ibovespa enfrenta um momento desafiador, com a combinação de preocupações fiscais e incertezas políticas impactando negativamente o mercado. Os investidores permanecem atentos aos próximos passos do governo e à evolução do cenário econômico.