A proximidade da Assembleia Geral da ONU, marcada para iniciar em poucos dias em Nova York, acende um sinal de alerta nas relações entre Brasil e Estados Unidos. A emissão de vistos para membros da comitiva do presidente Lula tem enfrentado atrasos significativos, gerando preocupação e especulações sobre as motivações por trás dessa demora.
Ministro Padilha 'Nem Aí' Para Visto Negado?
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, adotou um tom desafiador em relação à situação. Segundo ele, a demora na emissão do visto não o preocupa, afirmando que a prioridade é a aprovação da Medida Provisória que cria o programa Agora Tem Especialistas. Padilha chegou a declarar que só se preocupa com a questão quem deseja ir aos Estados Unidos.
Recado Velado de Trump?
Especialistas em relações internacionais, como Márcio Sette Fortes, interpretam a situação como um possível recado dos Estados Unidos ao governo Lula, em um contexto de crescente atrito diplomático e comercial entre os dois países. A demora na emissão de vistos, segundo Fortes, pode ser utilizada como um instrumento político.
Embora a maioria da delegação brasileira já tenha obtido os documentos necessários, o atraso para alguns ministros e membros importantes da comitiva levanta questões sobre a possibilidade de um constrangimento diplomático para o Brasil, país tradicionalmente responsável por abrir os discursos na Assembleia Geral da ONU.
Lewandowski Garante Visto a Tempo
Em meio à incerteza, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, obteve o visto de entrada nos Estados Unidos, garantindo sua participação na Assembleia-Geral da ONU. A confirmação alivia parte das preocupações, mas a situação geral ainda exige atenção e acompanhamento por parte da diplomacia brasileira.
O Itamaraty segue trabalhando para garantir a emissão dos vistos restantes, buscando evitar qualquer impacto negativo na participação do Brasil no evento internacional.