O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil apresentou um crescimento de 0,4% no segundo trimestre de 2025, superando ligeiramente as expectativas do mercado que apontavam para uma alta de 0,3%. O anúncio foi feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar da desaceleração em relação ao primeiro trimestre, quando a economia cresceu 1,3%, o resultado impulsionou o PIB ao maior patamar da série histórica, iniciada em 1996, atingindo R$ 3,2 trilhões em valores correntes.
Setores em Destaque e Desaceleração
O setor de serviços e o consumo das famílias também alcançaram níveis recordes. No entanto, a coordenadora de contas nacionais do IBGE, Rebeca Palis, ressalta que a variação positiva reforça a perspectiva de uma desaceleração da economia brasileira. Segundo ela, a política monetária restritiva, com juros elevados, tem impactado atividades como a Indústria de Transformação e a Construção, que dependem de crédito.
A agropecuária, que havia se destacado no início do ano, registrou uma variação negativa de 0,1% no segundo trimestre. Essa queda foi compensada pelo desempenho positivo dos setores de Serviços e Indústria, que cresceram 0,6% e 0,5%, respectivamente.
Impacto no Consumo e Investimentos
O consumo das famílias apresentou um crescimento de 0,5%, enquanto o consumo do governo recuou 0,6%. Os investimentos, por sua vez, tiveram uma queda de 0,2%, influenciada pelos efeitos negativos na Construção e na produção de bens de capital.
Desafios à Frente
Analistas apontam que o cenário econômico brasileiro enfrenta desafios como os juros altos, o “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos e um crescente risco fiscal. Esses fatores podem limitar o crescimento nos próximos meses, exigindo atenção redobrada e medidas para mitigar seus impactos.
Apesar do crescimento recorde, a desaceleração do PIB indica a necessidade de cautela e de políticas que incentivem o investimento e o consumo, impulsionando a economia brasileira de forma sustentável.