Se você já cursou o ensino fundamental no Brasil, certamente se lembra da famigerada fórmula de Bhaskara. Presente em pesadelos e memes, ela é uma constante na vida de estudantes a partir do 9º ano. Mas por que tanta aversão? E por que só no Brasil ela é tão intimamente ligada ao nome de Bhaskara?
A Fórmula Que Assombra Gerações
Recentemente, as redes sociais foram inundadas por desabafos de estudantes brasileiros expressando seu desgosto pela fórmula. Frases como “Bhaskara me persegue!” e “Odeio matemática!” são comuns. Essa reação levanta a questão: o que torna a fórmula de Bhaskara tão odiada por aqui?
A resposta pode estar na forma como a matemática é ensinada no Brasil. Dados recentes revelam que uma parcela significativa de alunos brasileiros com 9 anos de idade apresenta dificuldades em resolver a tabuada, o que sugere uma possível lacuna no aprendizado dos conceitos matemáticos básicos.
Um Nome, Vários Países
Contrariando a crença popular, a fórmula para resolver equações do segundo grau não é exclusividade do Brasil. Ela faz parte do currículo de álgebra em diversos países. A diferença crucial reside no nome. Enquanto no Brasil a chamamos de “fórmula de Bhaskara”, nos Estados Unidos é conhecida como “quadratic formula”, na França como “formule quadratique” e na Espanha e América Latina como “fórmula cuadrática” ou “resolvente”.
Curiosamente, nem mesmo na Índia, país de origem de Bhaskara II, a fórmula leva seu nome. Lá, ela é chamada de fórmula de Sridharacharya, em homenagem ao matemático indiano que a formulou inicialmente.
A Origem do Apelido Brasileiro
A adoção do nome “fórmula de Bhaskara” no Brasil remonta ao livro Elementos de Álgebra, de 1909, escrito pelo professor espanhol Peres y Marin. O livro se popularizou nas escolas brasileiras, perpetuando o nome e transformando-o em uma tradição nacional. Apesar de Bhaskara II ter contribuído para a divulgação de métodos similares, a fórmula propriamente dita é atribuída a Sridharacharya.
Conclusão
A aversão à fórmula de Bhaskara e a peculiaridade de seu nome no Brasil são, portanto, frutos de uma combinação de fatores históricos e pedagógicos. Enquanto em outros países a fórmula é vista como uma ferramenta matemática neutra, por aqui ela carrega um peso cultural e emocional, tornando-se um símbolo da dificuldade e, para muitos, do sofrimento no aprendizado da matemática.