O mercado financeiro brasileiro está em alerta após o caso envolvendo a securitizadora Virgo, que levantou sérias questões sobre o uso de recursos de fundos de reservas de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e do Agronegócio (CRAs). A denúncia aponta para uma movimentação irregular de pelo menos R$ 216 milhões, envolvendo cerca de 80 títulos, segundo apuração do Valor.
O que o investidor precisa saber?
Ao contrário de investimentos mais tradicionais como o Tesouro Direto ou um Certificado de Depósito Bancário (CDB), CRIs e CRAs exigem uma análise muito mais aprofundada. É crucial avaliar o risco do devedor, a estrutura da operação, as garantias oferecidas e o rating atribuído por agências classificadoras de risco. Ignorar esses aspectos, atraído apenas pela rentabilidade e isenção de impostos, pode ser um erro custoso.
Cautela é a palavra-chave
Analistas de mercado frequentemente recomendam cautela em relação a CRIs e CRAs. Muitos sugerem que esses ativos devem representar apenas uma pequena parcela diversificada da carteira, com foco em títulos de boa classificação de risco e emissores sólidos. A desconfiança tende a aumentar com o caso da Virgo.
Carlos Braga, presidente do Grupo Studio, antecipa que este episódio pode gerar um efeito imediato de cautela no mercado de crédito estruturado. A percepção de risco sobre CRIs e CRAs aumenta, o que pode encarecer emissões futuras e reduzir a demanda no curto prazo. Investidores devem exigir retornos maiores, enquanto emissores precisarão reforçar garantias e práticas de governança.
Bradesco e o cenário futuro
Embora o Bradesco não esteja diretamente envolvido no caso Virgo, a instituição financeira acompanha de perto os desdobramentos e reforça a importância da educação financeira para os investidores. A tendência é que o mercado se torne mais exigente, buscando maior transparência e segurança nas operações com CRIs e CRAs. É fundamental que o investidor se informe e conte com o apoio de profissionais qualificados para tomar decisões conscientes e evitar surpresas desagradáveis.