A deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) protagonizou uma cena inusitada e controversa ao levar sua filha de quatro meses para a ocupação do plenário da Câmara dos Deputados, em meio a protestos da oposição. A atitude da parlamentar gerou debates acalorados e acusações de que estaria utilizando a criança como um “escudo” político.
Ocupação e Protesto na Câmara
Na noite de quarta-feira (6), Zanatta se juntou a outros parlamentares da oposição em uma ocupação das mesas diretoras da Câmara e do Senado. O objetivo era obstruir as atividades legislativas em protesto à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pressionar pela votação do PL da Anistia (que visa anistiar os condenados de 8 de janeiro de 2023) e pedir o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
A Presença do Bebê e a Polêmica
A presença da bebê Olívia no plenário, no colo da deputada, chamou a atenção e gerou diversas reações. Zanatta chegou a sentar-se na cadeira da presidência da Casa, normalmente ocupada por Hugo Motta (Republicanos-PB), enquanto segurava a filha. Em uma transmissão ao vivo no Instagram, a deputada questionou: "Ninguém foi colocar polícia legislativa no Glauber, por que polícia legislativa pra gente?" e desafiou as autoridades a tomarem medidas contra ela.
Repercussão e Críticas
A atitude de Júlia Zanatta recebeu críticas e acusações de exploração da imagem da criança para fins políticos. Um deputado chegou a acionar o Conselho Tutelar. A polêmica reacendeu o debate sobre os limites da atuação parlamentar e a utilização de crianças em manifestações políticas.
O presidente da Câmara, Hugo Motta, tentou debelar a obstrução bolsonarista convocando uma sessão presencial, mas acabou cancelando-a devido à ocupação. A situação permanece tensa no Congresso Nacional.