A Síria enfrenta um momento delicado com um cessar-fogo recém-anunciado na região sul, após intensos conflitos entre drusos e beduínos que resultaram em mais de 200 mortes em apenas dois dias. O anúncio do cessar-fogo, feito pelo Ministério da Defesa sírio, surge após negociações que visam acalmar a violência. No entanto, a durabilidade desta trégua permanece incerta, com tensões latentes e desconfianças mútuas.
Após o anúncio do cessar-fogo, autoridades religiosas drusas apelaram para que os combatentes entregassem suas armas pacificamente. Contudo, o influente xeque da minoria drusa, Hikmat al-Hajri, expressou uma visão oposta, acusando o governo de Damasco de violar o cessar-fogo e incitando os combatentes a resistir. Al-Hajri alega que a comunidade drusa está enfrentando uma "guerra total de extermínio" e convocou todos os drusos a se defenderem por todos os meios possíveis.
Desafios do Novo Governo
A instabilidade da trégua expõe um dos maiores desafios enfrentados pelo governo de Ahmed al-Sharaa, que assumiu o poder em dezembro após a queda do ditador Bashar al-Assad. Al-Sharaa, que anteriormente esteve ligado a grupos como o Estado Islâmico e a Al Qaeda, busca convencer a comunidade internacional de sua transformação em um líder moderado. Ele também precisa navegar pelo complexo cenário étnico e religioso da Síria e lidar com a histórica rivalidade com Israel.
A Situação em Sweida
Os confrontos mais recentes ocorreram na província de Sweida, onde pelo menos 248 pessoas perderam a vida, incluindo 92 membros da minoria drusa. O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) relata que as forças governamentais foram mobilizadas para a região, e que 28 civis drusos foram sumariamente executados pelas forças do governo.
- Apelo Internacional: Israel, através do Ministro da Defesa Israel Katz, exigiu que a Síria "deixe os drusos de Sweida em paz" e retire suas tropas da região. Katz alertou que Israel não abandonará os drusos na Síria e intensificará sua resposta se a mensagem não for compreendida.
A situação na Síria permanece volátil e complexa, com o futuro do cessar-fogo e a estabilidade do país em jogo. A comunidade internacional observa atentamente os desenvolvimentos, preocupada com o potencial para mais violência e sofrimento.