Em entrevista exclusiva, Cicinho, peça chave no tricampeonato do São Paulo na Libertadores, relembrou a conquista de 2005 sobre o Athletico-PR, que completa 20 anos. O lateral direito, fundamental nas oitavas de final contra o Palmeiras, eternizou seu nome na história do Tricolor e garante que nunca fez parte de um elenco como aquele, comandado por Paulo Autuori.
Para Cicinho, o segredo do sucesso daquela equipe em 2005 ia muito além das quatro linhas. A união, a humildade e a ausência de vaidade foram os pilares que sustentaram a campanha vitoriosa.
"Coletivamente, foi o time mais forte [do qual já fiz parte]. Até mesmo o melhor elenco que já participei. O futebol é um campo onde tem muita vaidade, muita questão de ego, daquele que quer aparecer mais que os outros. Isso é normal. Tem gente que sabe lidar com isso e tem gente que não", disse Cicinho à Gazeta Esportiva.
O ex-camisa 2 são-paulino exemplificou a importância da união do grupo com a chegada de Amoroso: "Você disputa a competição todinha e aí chega o Amoroso assumindo a posição de titular faltando quatro jogos. O Autuori falou que era o Amoroso, o Rogério e mais nove. O Amoroso simplesmente bateu no peito e falou para a galera jogar a bola nele. Nós olhamos para aquilo e pensamos 'bênção demais'. O cara assumindo a responsabilidade para nos ajudar. Não teve vaidade, simplesmente entendemos que ele chegou para ajudar. Em quatro jogos ele se tornou um dos caras mais importantes do título da Libertadores. Nós o acolhemos e ele fez por onde. Nosso time tinha isso, a questão do carinho que tínhamos uns pelos outros".
Até mesmo o treinador Paulo Autuori, que substituiu Emerson Leão após a conquista do Campeonato Paulista, foi na contramão do convencional, outro fator fundamental para o ambiente vivido pelo elenco naquele inesquecível ano de 2005.
A história daquele São Paulo tricampeão da Libertadores é uma lição de como a união, a humildade e a liderança podem superar qualquer obstáculo e construir um legado eterno no futebol.