A tentativa de Jair Bolsonaro de emplacar seus filhos em candidaturas no estado de Santa Catarina gerou um racha significativo em sua base eleitoral. Inelegível até 2030 e enfrentando um julgamento criminal crucial em setembro, Bolsonaro busca garantir a sobrevivência política de sua família, concentrando-os em candidaturas pelo Partido Liberal (PL) no próximo ano.
A Imposição de Candidaturas
Bolsonaro anunciou a aliados a imposição da candidatura de Carlos Bolsonaro, vereador no Rio de Janeiro há 24 anos, ao Senado por Santa Catarina. Além disso, requisitou uma vaga para Jair Renan, vereador em Balneário Camboriú há 30 meses, como candidato a deputado federal. Essa manobra gerou forte reação negativa entre os aliados.
Racha na Base Eleitoral
Santa Catarina, onde Bolsonaro obteve sete em cada dez votos válidos na eleição presidencial de 2022, agora enfrenta uma divisão em sua base eleitoral. Aliados repudiam a ideia de que o estado, um tradicional reduto do conservadorismo, seja transformado em um "curral eleitoral" do clã Bolsonaro.
Disputa pelas Vagas ao Senado
Nas eleições de 2026, Santa Catarina elegerá dois senadores. Esperidião Amin, do Progressistas, busca a reeleição, enquanto Carolina Di Toni e Júlia Zanatta disputam a indicação do PL para a outra vaga. A imposição de Carlos Bolsonaro atropelou as aspirações locais, gerando protestos e descontentamento.
Repercussão e Planos Alternativos
Carlos Bolsonaro, por sua vez, já teria alertado aliados sobre a possibilidade de deixar o Brasil em caso de derrota na eleição para o Senado. Pesquisas internas do PL indicam que a candidatura de Carlos em Santa Catarina não foi bem recebida pela base, sendo vista como uma tentativa de buscar uma "zona de conforto". Diante desse cenário, Jair Bolsonaro pode reconsiderar seus planos e buscar outro estado para lançar a candidatura de seu filho.