Incerteza Econômica no Brasil Diminui Significativamente em Junho, Aponta FGV
O Indicador de Incerteza da Economia Brasileira (IIE-Br), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), apresentou uma queda expressiva de 7,6 pontos em junho, atingindo 105,2 pontos. Este resultado representa o retorno do indicador a uma zona mais favorável, impulsionado principalmente pela diminuição da incerteza no componente de Mídia, mesmo diante das tensões geopolíticas globais.
Em termos de médias móveis trimestrais, o IIE-Br também registrou uma queda, ainda que mais modesta, de 1,9 ponto. A economista Anna Carolina Gouveia, do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), destacou em nota oficial que a queda de junho foi a maior do ano, influenciada pela trégua na guerra comercial entre Estados Unidos e China e pela reação controlada dos mercados globais à instabilidade no Oriente Médio.
"O alívio na incerteza tem respaldo na trégua da guerra comercial entre Estados Unidos e China e na reação moderada dos mercados globais sobre a escalada do conflito no Oriente Médio e suas consequências para a economia global. Pelo lado doméstico, a atividade econômica segue resiliente em 2025, com a inflação dando indícios de arrefecimento, sob a luz de uma política monetária contracionista", explicou Gouveia.
Componentes do IIE-Br
O IIE-Br é composto por dois elementos principais:
- IIE-Br Mídia: Este componente monitora a frequência de notícias que mencionam a incerteza nos principais jornais do país.
- IIE-Br Expectativa: Este componente é construído a partir da dispersão das previsões para a taxa de câmbio e para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
O componente de Expectativas também contribuiu para a queda em junho, atingindo o menor nível desde janeiro de 2015, após acumular quedas em cinco dos seis primeiros meses do ano. Há um consenso entre os analistas de que a taxa Selic deverá se manter em um patamar elevado, devido à resiliência da atividade econômica e às expectativas de inflação ainda não totalmente controladas.
Apesar da melhora, a economista Anna Carolina Gouveia alerta que ainda é cedo para afirmar se essa trajetória de queda da incerteza se manterá nos próximos meses. A volatilidade do cenário econômico global e as incertezas internas ainda podem influenciar o indicador.