Juiz dos EUA impede Trump de manter ativista pró-Palestina preso

Um juiz federal dos Estados Unidos decidiu que o governo de Donald Trump não pode usar a política externa do país como justificativa para manter Mahmoud Khalil, ex-aluno da Universidade Columbia, detido. Khalil participou de protestos a favor da Palestina e contra a guerra na Faixa de Gaza.

A decisão judicial, no entanto, não implica em sua libertação imediata. O juiz Michael Farbiarz, da Corte Distrital de Newark, em Nova Jersey, determinou que a ordem só entrará em vigor na próxima sexta-feira, permitindo que o governo Trump recorra da decisão.

Detalhes da Prisão e Revogação do Green Card

Mahmoud Khalil, de 30 anos, está preso desde 8 de março. O Departamento de Estado revogou seu green card, baseando-se em uma cláusula da lei de imigração dos EUA que autoriza o secretário de Estado a deportar estrangeiros cuja permanência seja considerada contrária aos interesses da política externa americana.

O juiz Farbiarz argumentou que o governo está violando o direito de liberdade de expressão de Khalil. Segundo ele, aplicar tal regra para justificá-lo como ameaça diplomática causa danos irreparáveis à sua carreira, reputação e liberdade de expressão.

Contexto e Implicações

A prisão de Khalil ocorreu em meio a uma onda de protestos pró-Palestina que se espalharam pelos campi universitários dos EUA após o ataque do Hamas a Israel em outubro de 2023 e a subsequente ofensiva militar israelense. Khalil foi o primeiro estudante estrangeiro conhecido a ser detido como parte das ações do governo Trump contra participantes desses protestos.

Alegações do Governo Trump

O Departamento de Estado justificou a detenção de Khalil citando sua participação em atos pró-Palestina no campus de Columbia, classificando-os como "antissemitas" e alegando que sua presença no país representava um risco à segurança nacional. Além disso, as autoridades o acusam de omitir informações sobre seu trabalho na Embaixada Britânica no Líbano e na agência da ONU para refugiados palestinos.

A decisão judicial de adiar a libertação de Khalil até sexta-feira mantém a incerteza sobre seu futuro, enquanto o Departamento de Justiça avalia as opções de recurso.

Compartir artículo