A administração dos EUA está no centro de uma controvérsia após relatos de um segundo ataque a um suposto barco de drogas no Caribe. A ação, ocorrida em setembro, levanta questões sobre a legalidade das operações militares americanas em águas internacionais e o cumprimento das leis de conflito armado.
O que aconteceu?
Segundo relatos da CNN e do The Washington Post, as forças armadas dos EUA realizaram um segundo ataque a um barco no Caribe após o primeiro não ter matado todos a bordo. A notícia gerou preocupação entre legisladores de ambos os partidos, especialmente porque havia sobreviventes no barco.
A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou que o Secretário Hegseth autorizou os ataques, mas negou que ele tenha dado ordens para "matar todos". No entanto, a confirmação do segundo ataque reacendeu o debate sobre a legalidade da ação.
Questões Legais e Éticas
Especialistas em direito militar questionam a legalidade dos ataques, argumentando que, na ausência de uma declaração de guerra no Caribe, as operações contra supostos navios de drogas são juridicamente duvidosas. Além disso, matar sobreviventes de um naufrágio é considerado por muitos como um exemplo clássico de ordem ilegal e crime de guerra.
Sarah Harrison, ex-conselheira geral associada do Pentágono, afirmou à CNN que "eles estão infringindo a lei de qualquer maneira. Estão matando civis em primeiro lugar e, mesmo que se assuma que são combatentes, é ilegal – sob a lei de conflito armado, se alguém está 'hors de combat' e não pode mais lutar, então tem que ser tratado humanamente."
Repercussão e Próximos Passos
O vice-almirante da Marinha dos EUA, Frank Bradley, fornecerá um briefing classificado aos legisladores sobre o incidente. A investigação busca esclarecer as circunstâncias dos ataques e determinar se houve violações das leis de guerra. A controvérsia gerou fortes críticas à administração e levanta sérias questões sobre o uso da força militar em operações antidrogas.