As ações da Braskem (BRKM5) enfrentam um dos seus piores momentos, atingindo o menor valor em uma década. Na última sexta-feira, as ações da empresa desabaram 14,81%, fechando a R$ 7,02. Embora a participação da Braskem no Ibovespa seja pequena (apenas 0,1%), a queda chamou a atenção dos investidores.
Por que a Braskem está em crise?
O principal gatilho para a recente turbulência foi o anúncio de que a Braskem contratou assessores financeiros e jurídicos para revisar sua estrutura de capital. A empresa busca alternativas para lidar com um cenário desafiador, marcado por alto endividamento, margens de lucro comprimidas e um ciclo global de baixa no setor petroquímico, que pode se estender por anos.
Investidores interpretaram essa medida como um sinal de que a Braskem pode estar se preparando para uma reestruturação em breve. A S&P Global Ratings cortou a nota de crédito global da Braskem de “B+” para “CCC-“, e a S&P National Ratings cortou a nota de crédito nacional da companhia de “brA-” para “brCCC-”, mantendo uma perspectiva negativa para ambas.
Dívida elevada e risco de reestruturação
O JPMorgan destacou que a Braskem opera com uma alavancagem de aproximadamente 10,5 vezes, um nível considerado insustentável. Analistas acreditam que o mercado interpretou a contratação de assessores como um sinal de que a empresa pode estar caminhando para uma reestruturação formal da dívida, embora uma solução negociada fora da Justiça não esteja descartada.
Bradesco BBI: “Não existe bala de prata”
O Bradesco BBI ressaltou que a contratação de assessores não resolve, por si só, os problemas da Braskem. "Não existe bala de prata para entregar a virada da Braskem", afirmou o banco em relatório.
A situação da Braskem é complexa e exige atenção dos investidores. A reestruturação da dívida, embora vista como um possível caminho, pode trazer novas incertezas para o futuro da empresa.