O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a Nova York para participar da 80ª Assembleia Geral da ONU, mas a recepção não foi das mais calorosas. Manifestantes o aguardavam com vaias e cartazes, demonstrando apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro. As críticas se concentravam em acusações de corrupção e pedidos para que Lula desse ouvidos a Donald Trump.
Apesar do protesto, a agenda de Lula na ONU é extensa e ambiciosa. Entre os temas prioritários, destacam-se a questão climática, a “defesa da democracia”, a reforma do Conselho de Segurança e, principalmente, a questão palestina. Lula participará de uma reunião com líderes globais convocada pela França e Arábia Saudita para discutir a situação da Palestina e buscar uma solução pacífica para o conflito.
Reunião sobre a Palestina: Um Momento Crucial
A Conferência Internacional de Alto Nível para a Solução Pacífica da Questão da Palestina e a Implementação da Solução de Dois Estados representa uma oportunidade para o Brasil defender o reconhecimento da Palestina como Estado. O encontro ganha ainda mais relevância após o reconhecimento formal da Palestina por Reino Unido, Canadá e Austrália, aliados tradicionais dos Estados Unidos.
Esses países, ao mesmo tempo em que condenaram as ações de Israel em Gaza e responsabilizaram o Hamas pelo ataque de outubro de 2023, deixaram claro que o grupo islâmico não deve ter participação no futuro Estado da Palestina. A complexidade da situação exige um diálogo diplomático intenso e a busca por soluções que garantam a segurança e a autodeterminação de ambos os povos.
O Discurso de Abertura: Uma Tradição Brasileira
Desde 1955, o Brasil tem a honra de abrir o Debate Geral da Assembleia da ONU. Lula fará seu discurso na terça-feira (23), após as falas do secretário-geral António Guterres e da presidente da Assembleia, Annalena Baerbock. A expectativa é que o presidente brasileiro apresente as prioridades do país para o cenário internacional, reforçando o compromisso com a paz, a justiça social e o desenvolvimento sustentável.
Em um contexto global marcado por tensões e desafios, a participação de Lula na Assembleia da ONU representa uma oportunidade para o Brasil exercer sua liderança e contribuir para a construção de um mundo mais justo e equilibrado.