Donald Trump, em declarações recentes, instou a União Europeia a impor tarifas de 100% sobre produtos da China e da Índia como forma de pressionar Vladimir Putin. Paralelamente, os Estados Unidos estão pressionando a Europa a interromper a compra de petróleo e gás russos em troca de sanções mais duras contra Moscou.
A pressão americana por sanções energéticas
O Secretário de Energia dos EUA, Chris Wright, declarou ao Financial Times que os países europeus devem interromper as importações de petróleo e gás russos se esperam que Washington intensifique as sanções contra Moscou. Segundo Wright, os EUA agiriam de forma mais agressiva se a Europa cortasse os laços energéticos com a Rússia e, em vez disso, comprasse gás natural liquefeito (GNL) e combustível americanos.
"Se os europeus traçassem uma linha e dissessem: 'Não vamos comprar mais gás russo, não vamos comprar petróleo russo.' Isso teria uma influência positiva para que os EUA se inclinassem de forma mais agressiva (em sanções)? Absolutamente", afirmou Wright.
O secretário acrescentou que tal mudança cumpriria um acordo comercial EUA-UE que exige que a Europa compre US$ 750 bilhões em recursos energéticos dos EUA até o final de 2028.
"A Rússia financia sua máquina de guerra com exportações de petróleo e exportações de gás natural, e se você cortar a compra europeia desses, isso diminui o dinheiro deles", disse ele.
A resposta da União Europeia
Em resposta a uma consulta do Kyiv Independent, Anna-Kaisa Itkonen, porta-voz da Comissão Europeia para clima, energia, transporte e tributação, disse que a UE tem um objetivo claro de eliminar gradualmente os suprimentos de energia russos o mais rápido possível - não apenas gás, GNL e petróleo, mas também energia nuclear.
Itkonen lembrou que, em junho, a Comissão Europeia propôs acabar com as importações de gás e petróleo russos até 2027, e disse que "mantém-se firme".
Implicações geopolíticas
A intensificação da pressão dos EUA sobre a Europa para cortar laços energéticos com a Rússia tem implicações geopolíticas significativas. Uma mudança no fornecimento de energia da Europa para os EUA poderia fortalecer a aliança transatlântica, mas também poderia gerar tensões comerciais e preocupações sobre a dependência energética de um único fornecedor.
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