A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), protagonizou um momento marcante durante o julgamento sobre a suposta tentativa de golpe contra o resultado das eleições de 2022. A intervenção ocorreu após a fala do advogado Paulo Renato Cintra, defensor de Alexandre Ramagem, que usou as expressões "processo eleitoral auditável" e "voto impresso" como se fossem sinônimos.
Esclarecimento Crucial Sobre a Auditabilidade do Voto
Cármen Lúcia foi enfática ao corrigir o advogado, ressaltando a diferença fundamental entre os dois conceitos. Ela destacou que o processo eleitoral brasileiro é amplamente auditável e que diversas auditorias são realizadas para garantir a transparência e a legitimidade do pleito. A ministra alertou que a confusão entre os termos pode gerar desinformação e colocar em xeque a confiança da população no sistema eleitoral.
"Você repetiu como se fossem sinônimos, e não é. O processo eleitoral é amplamente auditável no Brasil e passamos por uma auditoria - para que não fique a ideia para quem assiste de que ele não é auditável", declarou Cármen Lúcia.
A Defesa e a Retórica de Bolsonaro
O advogado Paulo Renato Cintra justificou o uso das expressões como reflexo da retórica utilizada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. No entanto, Cármen Lúcia rebateu o argumento, afirmando que a auditabilidade das urnas eletrônicas é um fato técnico comprovado e não uma mera opinião.
- Cármen Lúcia interrompeu o advogado para esclarecer a diferença entre os termos.
- A ministra enfatizou que o sistema eleitoral brasileiro é auditável desde 1996.
- A auditabilidade das urnas eletrônicas não pode ser tratada como opinião, mas sim como fato técnico.
O episódio demonstra a importância do debate informado sobre o sistema eleitoral e a necessidade de combater a desinformação que busca minar a confiança nas instituições democráticas. A firmeza de Cármen Lúcia em defender a auditabilidade das urnas eletrônicas reforça a credibilidade do processo eleitoral brasileiro.