Os Estados Unidos intensificaram sua disputa com o Tribunal Penal Internacional (TPI), impondo sanções a mais juízes e promotores, incluindo cidadãos de países aliados como França e Canadá. A medida, anunciada pelo Secretário de Estado americano, Marco Rubio, é vista como uma tentativa de obstruir o tribunal e defender seus interesses e os de Israel.
Sanções e Acusações: Um Ataque à Independência Judicial?
Segundo Rubio, o TPI representa uma "ameaça à segurança nacional" e tem sido usado como um "instrumento de guerra jurídica" contra os EUA e Israel. As sanções visam indivíduos que tentaram investigar ou processar cidadãos americanos ou israelenses sem o consentimento de seus respectivos governos.
Entre os alvos das sanções está o juiz francês Nicolas Guillou, que preside o caso que resultou na emissão de um mandado de prisão contra o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, por crimes de guerra e crimes contra a humanidade em Gaza. A juíza canadense Kimberly Prost, que participou de uma investigação sobre supostos crimes cometidos por soldados americanos no Afeganistão, também foi sancionada.
Reações Internacionais e Defesa do TPI
As sanções americanas geraram forte reação internacional. O TPI classificou as medidas como um "ataque flagrante à independência de uma instituição judicial imparcial". Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da França expressou "consternação" e afirmou que as sanções contradizem o princípio de um judiciário independente.
- O TPI reafirmou seu compromisso de cumprir seu mandato, independentemente de restrições, pressões ou ameaças.
- O governo israelense, por outro lado, comemorou as sanções americanas, considerando-as um "ato decisivo contra uma campanha de difamação e mentiras".
A disputa entre os EUA e o TPI levanta questões importantes sobre a jurisdição internacional, a soberania nacional e a responsabilização por crimes de guerra e crimes contra a humanidade. O futuro dessa relação e o impacto nas investigações em andamento permanecem incertos.