A Bolívia se prepara para um dia decisivo neste domingo (17) com eleições gerais marcadas por um cenário econômico desafiador e uma disputa política acirrada. A inflação, atingindo patamares alarmantes nas últimas quatro décadas, e a ausência do ex-presidente Evo Morales, impedido de concorrer, adicionam complexidade ao pleito.
Cenário Político Fragmentado
A disputa presidencial apresenta um quadro fragmentado, com os candidatos conservadores Samuel Doria Medina, um empresário proeminente, e Jorge "Tuto" Quiroga, ex-presidente, liderando as pesquisas. No entanto, nenhum dos dois alcança mais de 30% das intenções de voto, e um número significativo de eleitores permanece indeciso.
Analistas apontam que esta eleição pode marcar o fim de quase duas décadas de hegemonia do Movimento para o Socialismo (MAS). O apoio aos candidatos ligados ao MAS e outras opções de esquerda tem ficado atrás da oposição, indicando uma possível mudança no cenário político boliviano.
Desafios Econômicos e Futuro Incerto
O próximo presidente da Bolívia herdará um cenário econômico desafiador. A crise econômica já se manifesta no dia a dia dos cidadãos, com desabastecimento, escassez de dólares que impacta as importações e pressão sobre os preços. Além disso, o narcotráfico, fortalecido por redes transnacionais, ganha terreno em áreas estratégicas do país.
Essa situação se soma a um problema estrutural de longa data: a dependência de um modelo extrativista herdado da Colônia, que mantém o país focado na exportação de matérias-primas sem valor agregado.
Segundo Turno à Vista?
Caso nenhum candidato obtenha mais de 40% dos votos com uma vantagem de 10 pontos percentuais sobre o segundo colocado, a eleição será decidida em um segundo turno, previsto para 19 de outubro. A expectativa é de um processo eleitoral tenso e com resultados incertos.
- Urnas abrem às 8h (horário local) e fecham às 16h.
- Primeiros resultados parciais devem ser divulgados no final da noite.
- Resultados oficiais completos serão divulgados em até sete dias.
Além da eleição presidencial, os bolivianos também escolherão todos os 26 senadores e 130 deputados. A posse dos novos eleitos está marcada para 8 de novembro.